PORQUE É QUE ESTAMOS TODOS A VOLTAR A IR AO FUTEBOL? pt.1
Campo António Coimbra da Mota, Monte Estoril, 22 Fev.2004.
Há coisas que mudam pouco. A bancada de sócios do Estoril Praia, por exemplo. A mesma lama, os mesmos treinadores de bancada, os mesmos insultos acesos aos árbitros, o mesmo (baixo) índice de presença feminina...
A mesma emoção, a mesma desilusão, os mesmos comentários ao sabor do resultado. No entanto, algo cresce - a possibilidade da equipa subir à 1º Liga é uma realidade, embora com algum cepticismo por parte da massa associativa. Nos camarotes voltam a sentar-se os mais endinheirados da linha, que, com sorte, saúde e trabalho nunca deixaram e deixarão de se divertir. A SAD Estoril promete, com a presença de Damásio, Veiga - um vislumbre de Pinto da Costa jr. - e outras tantas figuras do nosso tecido empresarial e social. É bom voltar ao campo. As claques Gruppo e Gruppa - punko-anarcas de esquerda, versejando «E quem não salta não fuma marijuana!» - cantam durante todo o tempo regulamentar. Ficamos todos mais próximos, seja com o grito da libertação (era assim que Ary dos Santos chamava ao GOOOOOOOOOOOLO!), seja com o insulto desportivo.
Este ano vou tentar não fingir que os Pixies fazem mesmo falta (a quem?), que o Rock in Rio vai ser o acontecimento do ano, que o futebol é só para acéfalos, que o governo está a fazer um mau papel, que não existem bias na imprensa portuguesa, que o MEC no Blitz vai salvar a crítica musical (mas não era a música que precisava de ser salva?), que as audiências continuam a ser um termómetro comercial, que a poesia acontece longe de um relvado calcado.
E vou voltar a ir ao futebol.
Há coisas que mudam pouco. A bancada de sócios do Estoril Praia, por exemplo. A mesma lama, os mesmos treinadores de bancada, os mesmos insultos acesos aos árbitros, o mesmo (baixo) índice de presença feminina...
A mesma emoção, a mesma desilusão, os mesmos comentários ao sabor do resultado. No entanto, algo cresce - a possibilidade da equipa subir à 1º Liga é uma realidade, embora com algum cepticismo por parte da massa associativa. Nos camarotes voltam a sentar-se os mais endinheirados da linha, que, com sorte, saúde e trabalho nunca deixaram e deixarão de se divertir. A SAD Estoril promete, com a presença de Damásio, Veiga - um vislumbre de Pinto da Costa jr. - e outras tantas figuras do nosso tecido empresarial e social. É bom voltar ao campo. As claques Gruppo e Gruppa - punko-anarcas de esquerda, versejando «E quem não salta não fuma marijuana!» - cantam durante todo o tempo regulamentar. Ficamos todos mais próximos, seja com o grito da libertação (era assim que Ary dos Santos chamava ao GOOOOOOOOOOOLO!), seja com o insulto desportivo.
Este ano vou tentar não fingir que os Pixies fazem mesmo falta (a quem?), que o Rock in Rio vai ser o acontecimento do ano, que o futebol é só para acéfalos, que o governo está a fazer um mau papel, que não existem bias na imprensa portuguesa, que o MEC no Blitz vai salvar a crítica musical (mas não era a música que precisava de ser salva?), que as audiências continuam a ser um termómetro comercial, que a poesia acontece longe de um relvado calcado.
E vou voltar a ir ao futebol.
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