quarta-feira, janeiro 28, 2004

O ESTADO DANAÇÃO Xpecial

Todos chorámos ao ver o rapaz de 24 anos cair fatalmente sobre o terreno.
Todos choramos. E aproveitamos para chorar Portugal.
Fatalistas mais que qb, libertamos a nossa depressão na desgraça dos outros, no aproveitamento mediático da desgraça dos outros.
Todos somos portugueses aqui, tão longe e tão longe.
Ainda não aprendemos a lição extra-religiosa da morte, ao ponto de, exaustivamente, explorarmo-la comercialmente?
Será que nos aproveitamos das desgraças dos outros para expiarmos a nossa?
(Miserere, o que seria dos EUA se «parassem» cada vez que um soldado cai redondo no Iraque, em prol da tão chamada Libertação do Mundo?)
Eu, se fosse pai do rapaz, danava este Portugal para todo o sempre. Parem com essa merda!
Todas as cartas de amor são ridículas, todos os votos de pêsames desconhecidos são escusados.
Falsos. The show must go on? Não, the life must go on. P(r)onto.
Féhèr descansa em paz, Portugal não te mascares mais de lágrimas salgadas por dá cá aquela palha das imagens que valem mais que mil palavras. Ou então reserva já um pacote de consultas no psicanalista europeu. A França agradece, e a Alemanha avança.
Antes crueza que Prozac. Vida eterna para todo o sempre!
Deixem-se de... Triste a família, abusadores todos os anónimos.