quarta-feira, janeiro 14, 2004

O STATUS DANAÇÃO#2

Não adianta que seja um livro ou um disco a distrair-nos daquilo que parece má ficção europeia. Não vale a pena enfiarmo-nos horas seguidas em salas de cinema, pois quando enfrentamos a luz do dia, ou a dos candeeiros, o país está lá na mesma, e na mesma. E quanto à TV-alienação da nação, já há muito que ultrapassou o próprio dia-a-noite do cidadão comum. Então, desde o desabafo «enresinado» ao comentário resignado(?), tudo vale na colecção STATUS#:

A TVI fala sobre o prepúcio de Carlos Cruz(ou a ausência dele) em Horário «Nobre». De(sa)gradante. Devia-se arranjar outro adjectivo para o horário de grande audiência. Talvez, como a maior parte das gentes deste país que está a ver TV a essa hora, Horário Pobre? Respira-se melhor em 2004? Sente-se, de mansinho, a recuperação económica de que falam os novos do Restelo? Eu sinto. Um bocadinho. Nada que não seja contrariado pelo dia-a-dia nacional... Cada vez ouço mais gente que prefere vender o seu país ou tornar-se parte de outro para melhorar a sua condição social, já completamente incrédula em relação ao futuro deste cantão. Será da depressão? Pensem, um dia, mais velhos, já poderemos dizer - em inglês, obviamete - I survived the great portuguese depression, back in those dark years in the beggining of the 21st century. Curiosamente, serão os mesmos que também poderão dizer - man, how I spent and spent in those late eighties, everybody was having a good time! Somos sempre os mesmos? Sim, a falar. Durão Barroso, realista, diz-nos que são inconscientes aqueles que julgam que Portugal não deveria continuar nos «embarcanços» desta Europa. E que também são inconscientes aqueles que julgam que o Mundo Melhor é possível sem a Grande Aliança entre a Europa e os E.U.A..... Paradoxal? Nem por isso, mas eu sou daqueles que julga que é possível, inconscientemente, e com o apoio dos EUA, não embarcar nesta Europa cada vez mais asfixiante e sem diferenças. E penso que a Inglaterra a Espanha também poderiam pensar isso, e todos juntos mais o Brasil e os PALOPS poderiam também pensar isso muito mais e melhor. Cantinho feministo-machista: uma mulher à frente do SIS. Os Homens demoraram a perceber que qualquer Mulher estará muito mais destinada do que qualquer um deles para tão intromissor cargo.Está de parabéns Manuel Falcão, apesar do veneno instigado pelas más línguas: a 2 é uma aposta ganha, certeira e moderna de serviço público. Nunca exigi que o ministro Morais Sarmento me pagasse uma viagem à volta do mundo (sei o que é uma metáfora) e sempre achei que o Acontece já tinha realmente Acontecido há muito. Anuncia-se também um programa com entrevistas e música nacional ao vivo, vindo directamente da RDP. O bom trabalho iniciado por MF deve ser apoiado e continuado, mesmo contra as opiniões da elite mediática arrogante que não pensa por si, mas pelos princípios estanques e ultrapassados da cartilha francesa de 68 e da ideia de cultura de então. E que qualquer dia até quer eleger Carrilho para a CML! Não é nada difícil prever que o RockinRio será sem dúvida um grande acontecimento mediático mas que as bandas que vale a pena ver estarão todas no Super RockinLisbon. Até porque, ir ao palco principal e apanhar com um vencedor de um concurso televisivo não deve ser nada agradável... Imperdível será o concerto dos Kraftwerk, a 2 de Abril, no Coliseu de Lisboa. Embora tardia, é uma estreia à qual não se deve faltar. Mas... Não! Os Kraftwerk são bons alemães!