sábado, dezembro 27, 2003

WRITTEN IN BOOKS

Depois das variações de Goldberg, abaixo descritas, apanhei no sapatinho com o fogo do outro lado da barricada: «O Livro Negro da América», do jornalista canadiano Peter Scowen.
Scowen partilha a trincheira com Michael Moore, só que não tem a mí­nima piada. Não acrescenta nada ao que já sabemos e sabemos que não é bem assim - ou às vezes até é mas não interessa para o caso. Parece mais que odeia o big satan usa como vingança ressabiada ao hino de South Park «Blame Canada», «they're not even a real country anyway...», do que propriamente devido a jogadas de geopolí­tica americana escritas na história negra do planeta Terra. Aliás, quase que se propõe a escrever um livro negro por cada paí­s pertencente à  nossa civilização global! Enfim, afastemo-nos de negativismos e também deste escrito...

O melhor livro que alguma vez foi escrito sobre canções e a sua (grande) importância nas nossas vidas é este:

O terra a terra Nick Hornby descreve-nos o seu céu através da análise de 31 canções da pop culture, relacionando-as com a sua vida, em jeito de comparação com as outras possí­veis. Quando escolhe a canção para passar no seu funeral («Caravan», de Vam Morrison), percebe-se o quanto este exercí­cio de egoí­smo prazenteiro nos diz respeito, a nós-aqueles todos os outros que ouvem na música POPular os seus momentos de raiva e de felicidade, de elevação espiritual e libertação de energia primária. E os discos ao vivo de Van the Man são sempre momentos de eleição para descobrirmos isso.

Entre improvisos silenciosos e explosões devocionais soul, Van é sem dúvida o melhor performer ao vivo da música popular. Eu nem lhe chamaria performer, com receio de o minimizar. Ele apenas se entrega totalmente, sem olhar de soslaio para ver se está a «funcionar». Qualquer disco seu - além dos discos ao vivo, que são um must - é recomendável (ouvidé «Hymns to the Silence», basilar), mas este emblemático «It's too late to stop now» ganha o destaque pela referência de Hornby, e pelo alcançe do tí­tulo de 1973 e da sua carreira entretanto. Keep on, Van Morrisson!