terça-feira, dezembro 30, 2003

BACK IN BLACK

Juro que não é perseguição, nem sequer qualquer espécie de reacção, mas assistir hoje em dia ao «Levanta-te e Ri» começa a ser uma experiência confrangedora. Entre pedaços do brilhante e conservador «Cinema Paraíso», o zapping habitual resvala na Sic e, apesar do génio simpático de Aldo Lima, a mediocridade dos outros começa a ser visível e audível. Desde as bocas do rapaz árvore ao cinema português, mais que estafadas há já 20 anos, até ao achincalhamento de 4 ou 5 figuras públicas, de modo gratuito e mesmo sem piada nenhuma além da agressão em si (circo romano), até aos planos «feitos» do público amarelado...
Nilton também já não «salta», e o animador intermédio esforça-se por ser condutor. Será uma noite má? Resta-me abandonar o stand down show muito antes do momento habitual, i.e., a entrada em cena do último artista...

sábado, dezembro 27, 2003

WRITTEN IN BOOKS

Depois das variações de Goldberg, abaixo descritas, apanhei no sapatinho com o fogo do outro lado da barricada: «O Livro Negro da América», do jornalista canadiano Peter Scowen.
Scowen partilha a trincheira com Michael Moore, só que não tem a mí­nima piada. Não acrescenta nada ao que já sabemos e sabemos que não é bem assim - ou às vezes até é mas não interessa para o caso. Parece mais que odeia o big satan usa como vingança ressabiada ao hino de South Park «Blame Canada», «they're not even a real country anyway...», do que propriamente devido a jogadas de geopolí­tica americana escritas na história negra do planeta Terra. Aliás, quase que se propõe a escrever um livro negro por cada paí­s pertencente à  nossa civilização global! Enfim, afastemo-nos de negativismos e também deste escrito...

O melhor livro que alguma vez foi escrito sobre canções e a sua (grande) importância nas nossas vidas é este:

O terra a terra Nick Hornby descreve-nos o seu céu através da análise de 31 canções da pop culture, relacionando-as com a sua vida, em jeito de comparação com as outras possí­veis. Quando escolhe a canção para passar no seu funeral («Caravan», de Vam Morrison), percebe-se o quanto este exercí­cio de egoí­smo prazenteiro nos diz respeito, a nós-aqueles todos os outros que ouvem na música POPular os seus momentos de raiva e de felicidade, de elevação espiritual e libertação de energia primária. E os discos ao vivo de Van the Man são sempre momentos de eleição para descobrirmos isso.

Entre improvisos silenciosos e explosões devocionais soul, Van é sem dúvida o melhor performer ao vivo da música popular. Eu nem lhe chamaria performer, com receio de o minimizar. Ele apenas se entrega totalmente, sem olhar de soslaio para ver se está a «funcionar». Qualquer disco seu - além dos discos ao vivo, que são um must - é recomendável (ouvidé «Hymns to the Silence», basilar), mas este emblemático «It's too late to stop now» ganha o destaque pela referência de Hornby, e pelo alcançe do tí­tulo de 1973 e da sua carreira entretanto. Keep on, Van Morrisson!

segunda-feira, dezembro 22, 2003

TEATROS 3,5mm ou texto levemente psicótico sobre teatros a que chamamos cinemas onde se projectam filmes

Hoje vi Nemo, amanhã verei a 3ª parte de Lord of the Rings. Irei ao cinema. Ou a um teatro?
Tenho saudades de ir ao teatro - espero pela próxima peça do TEC, que será representada num Hotel Estoril Sol em decadência, para o qual já foi premeditado o desbaste, ao que parece desistindo-se da implosão.
Consulto o box office USA. Cruise continua a facturar, desta vez em jeito de último samurai, numa carreira com poucos duelos artísticos (Magnolia, Jerry Maguire ), também poucos baixos mas muitos médios. Na TV passa o trailer do Portugal S.A., a estrear brevemente. Infante, Ana em leg number Sharon Stone, mais umas Caras e fico com medo, ao ponto de já nem sequer querer ir vê-lo... Sei que saiu uma caixa com todos os filmes e mais algum do João César Monteiro. Não sei quanto custa mas sei quanto não vai vender.
O Independente, há umas 2 semanas atrás, lançava um especial ácido e calculista sobre o cinema português desde 96. Miséria completa, analisando o caso sob um ponto de vista estritamente financeiro. Mas será que se pode espreitar o cinema apenas pelo buraco orçamental? EPC já explicou que não, numa (boa) entrevista ao próprio Indy, uma semana depois, onde diz coisas estranhíssimas, para a sua pessoa - no bom sentido.
O teatro do TEC vai ser representado num lobby de Hotel. Os americanos, senhores europeus, nunca chamaram cinema à casa de projecção. In a theatre near you. Porque é que nós chamamos cinema ao teatro onde se projectam filmes?
Como já perceberam, estou aqui a debitar porque não me consigo ir deitar. E não é para isso que servem os blogs?
Tal como já se diz por outros blogs, o tempo não é dinheiro, ter tempo é que é não ter dinheiro, o que corrobora na í­ntegra a minha teoria inicial de horas perdidas.
E porque é que há quem nos peça para reflectir sobre o cinema/filme português? Quando reflectimos, não absorvemos, reflectimos. Reflectir não é pensar a fundo, é devolver o pensamento. E bla bla bla agora eu vou. Bonne nuit, mon amour.

OUTRA ESPÉCIE DE ELITE...



Eu sei que os sonhos da época nos adoçam os sentidos psico-palatativos, mas há que deixar a guarda a meia haste. Bernard Goldberg acabou de lançar nos EUA este «Arrogance:Rescuing America from the Media Elite», e eu compro o título para Portugal.
Ao contrário do que muitos querem fazer passar, Goldberg não é de todo o perfeito reaças. É demasiado liberal para isso.
Sociedades àparte, os jornalistas americanos não devem andar muito longe dos portugueses, ao acharem que a sua actividade já entrou no domínio dos deuses arrogantes. É «engraçado» ler como muitos dos jornalistas em exercício de estilo respondem aos seus leitores, como abordam os entrevistados, como desinformam o próximo através de ficções cublo-partidaristas, ou simplesmente, como curtem a sua cena.
Sem ser leitura da época, substitui com vantagem o manual do novo telélé que 75% dos portugueses encomendou nos clubes especiais dos diversos operadores, a folhear entre papel de embrulho amarrotado atrás do sofá e visões dantescas de slow food. E também é bom acabar o ano com algum mau feitio, para acabar de vez com ele...

sexta-feira, dezembro 19, 2003

JACKSON 9

9 acusações formais para Jacko Wacko.
Dollar nation, we all know. É curioso que a família da intentona tivesse recorrido a um advogado em vez da esquadra da polícia para apresentar queixa. Especialmente ao advogado - entre mais de 100 mil advogados californianos - que há 10 anos atrás conseguiu o settlement de 10 milhões, com base num caso similar. Uma taça de vinho? Give me a break - tra tu pa pum taratara!
This is a FREE MICHAEL!campaign (precisamos dos nossos alucinados cá fora).

AQUI MANDO eu

Li numa barriga pintada. Mas será que mandamos em nós? No ser físico, claro! Bem, com as consequências que isso acarreta... Mas será que mandamos na nossa personalidade? Será que mandamos em quem está dentro de nós? Será que ainda não percebemos que, por vezes, somos mero veículo da transmissão e evolução de uma raça global? E não é preciso de todo acreditar em Deus para perceber que fazemos parte de uma raça global, em que a própria cor ou fisionomia não nos distingue assim tanto de... uma barata!
Superhomens literários e individualismos saudáveis àparte, somos apenas unos, ao ponto de certas quebras de correia resultarem irremediavelmente anti-natura, com todo o prejuízo humanamente incalculável que daí advém. E o que vai não volta a ser.

terça-feira, dezembro 16, 2003

bruno



i took an air-riffle, shot a magpie to the ground & it died without a sound. yeah, the trees, those useless trees produce the air that i'm breathing. you try to shape the world to what you want the world to be. carving your name a thousand times won't bring you back to me. go and tell it to the trees, yeah.

ALVIM's bad hair

Não há comunicador mais interessante e inconsequente na actualidade. Fernando Alvim (not o acompanhante de Chaínho) acaba de editar um livro, que por acaso já folheei mas não comprei - pareceu-me Pedro Paixão v.2. - e está em todos os canais televisivos a ser entrevistado. E não há ninguém melhor a desmontar a banalidade dos entrevistadores, a ser desconcertante q.b., e - pasme-se! - no final, a não nos deixar mossa! Que mais se pode pedir de um comunicador hoje em dia?
Alvim tem piada, mais do que 95% dos stand up comedian portugueses. E é bom rapaz. Mas que ninguém espere encontrar, hoje e amanhãs, o próximo português determinante em canais de cabo que não o são!

segunda-feira, dezembro 15, 2003

IT AIN´T WHAT YOU DO...

É o modo como o fazes. A era do media message, o secar do fruto para que possa ser alterada a textura da sua pele. Por muito que se perca tempo a analisar, o que ressalta é a ligeira impressão estética interpretativa, parcialmente à medida.
Saddam está a ser observado pelo médico há 2 dias, em vigilância big brother, canal aberto para o mundo. A velha e débil Europa reclama, iludida, com novo assunto fresco entre os dentes, descartável.
O que sei: não se pode discutir nenhum assunto tendo em vista outros, não há graus de comparação. Levou anos, mas finalmente apercebi-me disso, dessa luz cega que nos permite analisar questões uma a uma, independentemente, questões que na globalidade nunca seriam analisadas seriamente.
Nas têVês ninguém diz nada que valha por si só. Só poeira, vento colectivo e pouca opinião própria. Sobre um assunto não se pode deitar outro, será que ninguém vislumbra que nada justifica nada? Não há pena de Hussein, não à pena de morte para Sad-damn!
Dulce et decorum est pro patria mori. Days in Europa. Os corpos nús de Mussolini e sua amante arrastados pelo solo da libertação. O postal final dos Ceausescus. Estamos mais civilizados. Hoje em dia já só queimamos bandeiras e derrubamos estátuas. E rosnamos ao próximo.

Há há!

Finalmente, o único blog indisPENSÁVEL de toda a blogosfera: este.

domingo, dezembro 14, 2003

THE FALL OF THE MUSTACHES

Acabou. Mais um ditador de bigode a ser apanhado, este com vida. No entanto, ao contrário do que afirmou o Dr. Mário Soares, no seu jeito dogmático, achei a exposição do ex-ditador absolutamente essencial: it's the beard, stupid!
Nada surpreendido, oiço no fórum SIC Notícias as opiniões dos portugueses, cada vez mais uma minoria da Europa a adoptar a abordagem infantil das minorias: pobre Sadam, exposto daquela forma! Eu não! Guardarei para sempre aquelas imagens do bearded Hussein, muito mais apelativa e materializável em merchandising tipo Che, do que aquele straight mustache a que o déspota nos habituou...
Ouso pensar: Soares de barba hirsuta, a próxima imagem a reter?
Ai, ai, o que teremos de ouvir da dumb left asa nos próximos dias... Deixa-me aumentar o volume da música!

sexta-feira, dezembro 12, 2003

BRIT POP

Vejo Mad donna vs. Brit na Éme Tê Vê. Só tenho pena que neste confronto de gOLIAS e dAVID ninguém tenha escrito o tune. Tuneless... Ao menos 1/2 tune como as canções da Carla Bruni!
Saudosos os tempos da pop em que a little brit se estrevava com um dos 100 melhores pop tunes de sempre: «Hit me baby one more time» - melhor ainda na versão Travis!

quinta-feira, dezembro 11, 2003

DICTATION SHIP

Irrita-nos que os génios tenham um lado inocentemente perverso, que os visionários acabem por aliar a sua visão final a certo tipo de soluções finais... Contudo, não podemos deixar de admirar a antecipação social de certos dizeres:

AOL (não, não é America On Line), 1938- "Aliás, a causa da actual decadência da Arte e da Literatura parece ser estranha à acção do Estado e estar antes ligada à feição da vida de hoje. As grandes obras constroem-se no silêncio e a nossa época é barulhenta, terrivelmente indiscreta. Hoje não se erguem catedrais, constroem-se estádios. Não se fazem teatros, multiplicam-se cinemas. Não se fazem obras, fazem-se livros. Não se procuram ideias, procuram-se imagens. Por outro lado, os meios mecânicos de reprodução matam a produção, congelam-na. A vida é, assim, toda exterior, toda artificial. Por isso, entre os artistas, só os arquitectos e os urbanistas têm cada vez mais que fazer."

segunda-feira, dezembro 08, 2003

O FUNDO DO FUNDO (longo)

Às vezes, desculpamo-nos deslizando à superfí­cie das coisas...

«Até ao Fim», de Traudl Junge, é nada menos nada mais do que o relato, na primeira pessoa, dos últimos dois anos e meio da vida de Adolf Hitler. Traudl foi uma das suas secretárias particulares, com vinte e poucos anos, à altura.
Segundo a autora, foram precisas algumas décadas para se atrever a publicar este livro. Não porque nele se faça uma apologia cega do III Reich, mas sim porque retrata de muito perto - com tudo o que advém da intimidade de uma relação diária - um dos homens monstros do séc.XX. Nesse aspecto, o livro é muito bom: quase que nos esquecemos do «monstro» Hitler e analisamos o homem Adolf. É então que deslizamos à superfície das coisas...
Os últimos dias, no bunker em Berlim, são descritos primorosamente. Desde a angústia que Hitler, Eva Braun e seus convidados sentiam por se aperceberem que tudo estava perdido, até aos pequenos pormenores - como o relato cru e passageiro do modo como Hitler acaba secamente com a vida da sua cadela, que até aí­ tinha sido sua companheira de vida - em que se descobrem as pessoas por detrás das máscaras. Mais impressionante é a descrição da famí­lia Goebbels e da sua decisão final suicidária, que incluíu livrarem as suas cinco crianças da vida futura numa Alemanha sem o Nacional-Socialismo...
Está tudo lá: tiro na boca e cápsula de veneno para Hitler, apenas cápsula para a reçém casada Frau Hitler, corpos regados com gasolina e depois queimados, tudo segundo ordens do Fuhrer. Co'a breca, tanto se falou sobre um Hitler avistado na América do Sul, um Hitler cadavérico no arquivo fotográfico do KGB... Mas ninguém quis dar ouvidos a Traudl Junge, ou será que ela
se defendeu todos estes anos na memória inviolável que este livro descobre? Não, acho que não quiseram foi cavar mais fundo...

Camarate: depois do excelente filme quasi documentário de Luí­s Filipe Rocha, também nos enoja que questões de Estado tenham, até hoje, querido empurrar a explicação daquela noite fatí­dica para a tese do «acidente». Por favor, não insultem mais a nossa inteligência! Salvé as sucessivas comissões parlamentares que se têm debruçado sobre o caso, substiutuindo em muitos casos a PJ e os próprios tribunais. Afinal, um campo onde os deputados demonstram alguma dedicação e trabalho...

O Observatório Europeu é um folheto enfiado nas caixas de correio dos portugueses. E dele ressalta logo o título: «Portugueses, mal informados, defendem Constituição Europeia».
Bem, fico entusiasmado mas esmoreço quando percebo que se trata «apenas» de propaganda cristã lançada aos deputados portugueses que votaram contra a referência explí­cita das raí­zes cristãs da Europa...
No entanto... Não é isso um facto? É interessante ver como toda a esquerda votou contra a inclusão explí­cita dessa referência. Reescrever a história sempre foi apanágio dos regimes totalitários... O facto é que o PASSADO da Europa passou pelo crescimento social delimitado pelo contrôle da fé cristã organizada em instituição. Mencioná-lo é História, mesmo que o FUTURO não passe pela aceitação total dessa influência - embora comunidades mais ou menos fragmentadas continuem a seguir a palavra centralizada do Vaticano.
Mas as vontades e crenças - ou descrenças - pessoais e dogmáticas continuam a querer ditar leis que mudem os hábitos das pessoas, a chamada evolução por decreto. Eu não acredito muito nisso, e porventura quando defendo algo do tipo, por ex. a Lei da Música Portuguesa, é porque a cultura local faz parte da educação, e a escolaridade mínima é, como todos concordarão, uma necessidade obrigatória...

No canal RTP Àfrica passava há pouco o videoclip «Perigo», da Resistência...

sábado, dezembro 06, 2003

versão 2.0 beta online!

Visitem esta versão beta, 100% operacional em inícios de Janeiro, e deixem as vossas primeiras impressões no guest book, sff.
O fórum lotusklub também já apanhou a gripe...

sexta-feira, dezembro 05, 2003

CFII plus

Quão dissimulada é a campanha do novo disco dos Delfins?

quinta-feira, dezembro 04, 2003

NIZE PRIZE 3 (e último)

Ok, falhados NP1 e NP2, agora NP3. Entrada livre com oferta de 2 bebidas para Merry Xmas Everybody - A Lotus XXXmas Party!, dia 20 Dez, no Lótus bar, em Cascais, para quem identificar o autor de:

«É espantoso ter ganho. Candidatei-me contra a paz, a prosperidade e o espí­rito de missão.»

terça-feira, dezembro 02, 2003

SIDA, PÔRRA! ou É A SIDA, ESTÚPIDOS! pt.1

O problema não é os portugueses serem ainda profundamente ignorantes sobre a questão da infecção. O problema é serem ignorantes onde quer que se encontrem! Bem, pelo menos não se podem culpar as campanhas de prevenção nacionais. No Luxemburgo, onde há mais tugas por m2 do que em qualquer outro lado (excepto em algumas cadeias e centros comerciais), a comunidade pt é a mais infectada. Daí até toda a comunidade ser considerada infectada pelos media vai um pequeno passo. E dois pequenos passos para que o tuga seja visto como um potencial «infectador»!
Ninguém lê os jornais? Ninguém consegue aplicar na sua vida aquilo que lê sobre as desgraças dos outros? Alguém sugeriu que essa informação passasse a ser difundida nos jornais desportivos... Sem dúvida, visto, segundo os últimos números, tratar-se já de um autêntico Record!...