sábado, agosto 14, 2004

HEAD ON HANG LOW

De astro pop da minha adolescência a madman across the stones, Julian Cope é o druida preferido de qualquer amante da cultura gerada pela música popular. Figura guru, aquele-que-ficou-todo-queimado continua a ser o mesmo autor de brilhantes pérolas pop dos anos 80 e 90, de «Treason» a «Head Hang Low», embora hoje habite um dólmen distante. A sua antiga paixão pelo krautrock, bem patente no seu livro, «Krautrock Sampler»

e por tudo o que tinha a ver com a vertente mais lateral da música popular (Beefheart, Can, Pére Ubu, Neu!, etc...) já é bem antiga, como o documenta o 1º volume da sua autobiografia, «Head On»

já seguido do segundo volume, «Repossessed».

A sua outra paixão por monumentos megalíticos já o fez pesquisar e publicar «The Modern Antiquarium»
(e inclusivé visitar Évora) seguido de «Megalithic».


Houve uma altura que recolhia fundos online para a construção, numa praia da orla escocesa, de um moderno(!) monumento megalítico. Lembro também a sua passagem pelo Rock-Rendez-Vous, em Lisboa, por alturas de «Wilder», o 2º disco dos The Teardrop Explodes, NUM DOS MELHORES 5 ESPECTÁCULOS QUE ME FORAM DADOS A VER E OUVIR ATÉ HOJE. E muito haveria a dizer sobre Julian - o que no entanto pode ser pesquisado aqui e ali.

O 1º volume da sua biografia, que acabo de acabar, é o relato mais crú e despegado das histórias da história da formação de uma banda e do percurso que a leva ao estrelato. Do desvirtuamento da música pela música a um chorrilho de paixões, invejas, roubos e negociatas, esquizofrenias agudas e psicadelismos por demais far out. Tudo isto me soa familiar, ao longe. Ao longe porque Portugal sempre pareceu um país de brandos costumes... Head On!