terça-feira, agosto 03, 2004

ONCE A MOD...



Polémico, Paolo Hewitt faz a sua revisão do movimento dos modernistas (conhecidos como Mods), com quase 6 décadas de histórias e transmutações estético-musicais. Tudo com base na evolução da street fashion, sempre acompanhada de muito perto pela música. O livro- aliás, um conjunto de citações pontuadas com rasgos de Hewitt - ganha um interesse particular ao descrever, situar e classificar o vestuário dos movimentos como uniforme - e até pele essencial! - de tribos que se foram sucedendo. Faz-nos até pensar que as roupas têm alma! Menos freak não podia ser... E isso é bom. A auto-estima também tem a ver com aquilo que pensamos que estamos a vestir. E o meu sonho era que as criancinhas de todo o mundo nunca mais passassem fome e... Não, nunca o livro resvala para o lado da fútil moda que o deixa de ser quando nela se torna. O pioneirismo é a palavra de ordem, pioneirismo esse que tem sempre rejeitado o mediatismo como caminho mais fácil para a sua globalização. Ainda hoje, os Mods, alguns transfigurados em Casuals - culpa do futebol e do brit-pop! - continuam a viver o seu culto como algo semi-privado. A sua música, os seus clubes, as suas lojas de roupa e vinis, os seus penteados, as suas drogas... De novos jazzistas a Soulboys, de seguidores da Stax até dançantes do acid house, cabem todos debaixo do mesmo princípio de vida. Princípio que Charlie Parker teria em mente quando soprava daquele modo singular no seu sax: This is now! Ok, o passado está cheio de coisas boas, mas vamos agora inventar o caminho da MODernidade. E com alguma elegância, sff!