terça-feira, outubro 12, 2004

Arde...

Ainda sobre o caso Marcelo/TVI, por Eduardo Cintra Torres.

O caso é simples desde o seu começo, desde as palavras impressas e escutadas do ministro, sinal suficiente para que Paes do Amaral tentasse, à cautela, acautelar a posição da Media Capital em mais um negócio chorudo de sobrevivência. Pressão indirecta? Talvez. Mas somos «livres» para interpretar os sinais do modo que achamos conveniente e agir segundo isso. Paes agiu como qualquer empresário da alta roda reagiria em qualquer parte do mundo: zelou pelos seus. Marcelo foi apanhado, apanhando-se voluntariamente a si próprio, mestre em teorias da conspiração. Criou o maior facto político de todos aqueles que comentou livremente nos últimos 4 anos e meio na TVI. É uma saída em grande, no clímax da sua prestação televisiva.
Tal como o PS fez no passado, este governo fez também o que fazem todos os outros, e fariam ainda outros de qualquer outra força política (saberiamos bem como reagiria o PCP...). E o ministro dos assuntos parlamentares reagiu como reagiria qualquer outro empresário da alta roda: zelou pelos seus.
A liberdade está na cabeça das pessoas.


Liberdade.


arde
arde
sincero silêncio
a liberdade só tem um momento

arde
à vontade
alta procura
fica a saudade
ai que não tem cura

canta
canta
a chama da vida
a liberdade está quase perdida

canta
à vontade
alto e bem sem medo
é a saudade
quem guarda o segredo

calma
calma
que já se avizinha
a liberdade voltando sozinha

vem
à vontade
que eu espero acordado
tenho a saudade sempre do meu lado.

(P.A.M. in «Palavras ao Vento»)