o fim é a mensagem?
Juan Luis Cebrián, na Pública, por Adelino Gonçalves.
P - Que efeitos vão ter todas essas mudanças nos jornalistas?
R - Já estão a ocorrer. Se olharmos os espaços da "television basura" [telelixo], é frequente ouvirmos muitos dos seus apresentadores dizerem: "Somos jornalistas, defendemos a liberdade de informação"... Costumo dizer que se esse senhor ou essa senhora são jornalistas, então eu tenho uma profissão diferente. A profissão de jornalista está a transformar-se e vai transformar-se ainda mais. Penso que essas mudanças ocorrem à medida que vai mudando toda a construção da democracia política burguesa. Ora nem nós nem os partidos políticos nem os governos temos consciência disto. Há uma espécie de gueto constituído por governantes, políticos e jornalistas, o qual não se dá conta de que a democracia representativa ameaça afastar-se da realidade social. Penso que este é um grande desafio. Os "media" adquiriram uma grande posição na mediação social. Por isso os governos têm tanto medo dos "media", que em muitíssimos aspectos são mais importantes do que os partidos políticos. Ao mesmo tempo, há uma desvalorização da política produzida pelos mesmos "media" e pelos mesmos jornalistas.
é um desporto pessoal, nem sempre com as melhores consequências pessoais... não é desconversar, mas sim atiçar com um discurso redondo, cheio de lógica, e contrário ao pensamento dominante, chocantemente reaccionário, como se fora verdade absoluta. no melhor dos casos despoleta uma agradável discussão que pode durar muitos minutos. no pior deixa uma péssima impressão no receptor, se não reconhecermos a sua frequência (sabemos sempre com quem falamos?). mas vale a pena arriscar e é daí que nascem muitas novas ideias para work in progress. mas daí até...
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