KEAN ON ME
as cidades ah as cidades ah barcelona é sempre sempre uma cidade especial espacial onde as ruas nos levam a outras que nos levam a outras e de volta às mesmas e depois resta-nos descobrir os casulos os entraves e as células onde se vivem momentos onde acontece o irrepetível onde se ganham perdem oportunidades se descobrem riquezas incalculáveis à lupa humana sim keane foi uma raridade porque eu sei do que falo e a energia está lá quando está lá sem esforço apenas paixão e no futuro brilhante apenas por momentos se repetem momentos mágicos e sinceros como aquele momento da musica popular a que presenciei devoto e peregrino onde quer que ela a musa música me leve sim venho mais leve do peso que ganhei daquilo que absorvi um dia ainda hei-de ouvir aquelas canções e estar noutro lado mas aqueles minutos ali tão perto ali ninguém me limpa da memória sim as cidades mudam-nos nós mudamos as cidades nós mudamos nas cidades as cidades não mudam assim do pé para a mão mas os nossos pés desgastam o caminho e as ruas ficam mais vincadas mesmo se insistirem em nos ignorar mesmo que nós nos escondamos debaixo de uma pala de um chapéu que se adquire para passar despercebido de quê? de quem? de apenas duas três pessoas talvez mais quinze vinte que viram várias vezes a cabeça queremos liberdade absoluta mas somos poucos sim somos muito poucos em barcelona são mais os franceses japoneses alemães brasileiros e os portugueses nos quais por estes últimos dias tive a verdadeira sorte de não me incluir não estão por lá não viajam ficam presos ao seu fraco imaginário monetário e tratam-se como se ainda vivessem no tempo salazar ou enquanto no tempo cuba e não crescem não se soltam à solta mas eu gostava de ver mais portugueses em barcelona mas que eles não me vissem.
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