segunda-feira, novembro 24, 2003

K.O.COMPUTER

É cí­clico. Seja devido a um ví­rus ou a uma exploração tecnológica mal acabada, há alturas em que perdemos o contacto físico com o nosso computador. Horror! À espera do final da reparação, andamos angustiados e sem paciência para humanos. E quando «ele» chega...
Se o reparador conseguiu recuperar toda ou quase toda a data, a vida continua como dantes, como se um momento freeze (não é a bebida!) tivesse pausado a acção das nossas vidas, e depois tudo continuasse do mesmo momento. Agora se o reparador não foi um recuperador...
Renascimento. Quando se perde alguém ou algo, sentimo-nos estranhamente mais leves. Seja a bagagem, sejam os e-mails do ano em curso mais os ficheiros em que se esteve a trabalhar nos últimos meses (que teimamos em não guardar numa drive externa), há uma espécie de alí­vio que advém da perda do que julgávamos vital mas afinal não o era assim tanto.
Reconstrução. Reconstruir é chato e leva sempre a resultados diferentes daquilo que se perdeu. Por isso, mais vale fazer novo em vez de fazer de novo. A leveza que sentimos com a perda leva-me a pensar se a felicidade não estará mais perto de uma situação em que tudo perdemos do que noutra em que tudo alcançamos.
Convencendo-me disso a  priori, vou perder mais algumas horas à espera que o técnico informático me telefone...