domingo, novembro 23, 2003

O STATUS DANAÇÃO#1

Não adianta que seja um livro ou um disco a distrair-nos daquilo que parece má ficção europeia. Não vale a pena enfiarmo-nos horas seguidas em salas de cinema, pois quando enfrentamos a luz do dia, ou a dos candeeiros, o país está lá na mesma, e na mesma. E quanto à TV-alienação da nação, já há muito que ultrapassou o próprio dia-a-noite do cidadão comum. Então, desde o desabafo «enresinado» ao comentário resignado(?), tudo vale na colecção STATUS#:

Os estudantes querem mais dinheiro para gastar nas suas vidas, isto é, nas suas vidas pós-horá¡rio «laboral». Tudo bem, há que lutar pelos direitos adquiridos e de adquirir, ou não vivessemos numa sociedade a caminho do ultra-liberalismo... Só que a bandeira desfraldada das propinas prejudica a luta lúcida pela presença da associação de estudantes, com o peso que deveria ter, nos novos orgãos de gestão financeira das «novas» escolas. O que é que se aprende nos livros? Basta ouvir as declarações do treinador francês dos sub-21 para percebermos que nunca os irmãos franceses - e ainda menos os primos alemães - serão nossos familiares próximos na UE. Estaremos sempre confinados à pequenez do nosso rectângulo, no entanto de valor crescente para o amigo americano. Pena que Salazar tivesse recuado na deslocação da capital para Angola, que agora tudo seria diferente. Esse é outro dos nossos problemas fatais: a (in)digestão de Salazar. A própria Ministra Leite, honesta e trabalhadora obcecada, quis atrapalhar a esquerda parlamentar largando este «nome» à  Assembleia, no encerramento do debate sobre o O.E.. Saibam vossas excelências que este nosso ditador, pulha para os mais populistas, pensou seriamente em legalizar a prostituição, a bem da nação. Dotar a actividade de bem estar, higiene e esperança de vida, com muitas razões patrióticas em jogo: a manutenção dos casais portugueses, a iniciação segura dos mais novos e um escape para a energia criada pelas fantasias sexuais do corpo masculino, que canalizada para essa freguesia sempre ia impedindo alguns de frequentarem as reuniões cladestinas de proto-polí­ticos ainda imberbes como Cunhal e Soares... Cada vez gosto mais das atitude e discurso do juiz Rui Teixeira. Como me parece um oá¡sis em deserto luso!... JFK all over! Ao menos digam-nos, duma vez por todas, quem matou Sá Carneiro e Amaro da Costa! O mal de todo o português, chegado aos 40, é achar que se deve tornar num comentador, que tem algo que deve ser dito sobre algo. Ainda estou de fora, e tenho alguns anos - poucos - para desistir de «tratar» dos assuntos directamente. Peço-vos, oiçam, duas vezes por ano «FMI», de José Mário Branco, o nosso anarquista preferido. Repito a receita anualmente e saio sempre a ganhar. Peço-vos, se querem perceber porque são portugueses aqui, oiçam, na í­ntegra, «FMI». Depois digam coisas...